A avaliação é unânime: uniões distritais, federações e sindicatos consideram que a Exposição Comemorativa do 50.º Aniversário da CGTP-IN deu um contributo muito relevante para a capacitação e o reforço da acção do movimento sindical.
A celebração dos 50 anos da CGTP-IN e a divulgação da história do movimento sindical
A conclusão saiu da sessão em que, a 18 de Maio, na sede da CGTP-IN, em Lisboa, se encerrou um conjunto de actividades comemorativas do 50.º aniversário da CGTP-IN desenvolvidas com o apoio do Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE). Moderada por Válter Loios, membro do Secretariado do Conselho Nacional da CGTP-IN, contou com a intervenção dos dirigentes que coordenaram as diversas actividades contempladas: além da exposição acima referida, as exposições distritais que, num formato mais reduzido, levaram a exposição central a todo o país; o ciclo de debates sobre o movimento sindical; e a Exposição de Artes Plásticas realizada em Julho de 2020, no Páteo da Galé, em Lisboa.
Da apreciação partilhada pelos representantes da estrutura sindical filiada na CGTP-IN que assistiram presencialmente e por videoconferência, fica claro que o contacto com a história do movimento operário e sindical corporizado pela CGTP-IN e pelo movimento sindical que representa é um elemento essencial para que dirigentes, delegados, activistas e trabalhadores sindicais possam exercer de forma mais informada e sustentada a sua acção em prol da defesa dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Fica a convicção de que este tipo de iniciativas promove, no movimento sindical, entre os trabalhadores, nas comunidades, o sentido de pertença a um percurso comum de luta por direitos, pela dignidade no trabalho, pela justiça social, pela liberdade, pela democracia, pela paz. Importa, por isso, reforçar, no movimento sindical, as condições que possibilitem a continuidade destes eventos, contribuindo para fortalecer a acção e a luta de todos e todas em torno destes princípios e objectivos.
A Exposição Comemorativa do 50.º Aniversário da CGTP-IN foi uma das actividades com que a CGTP-IN assinalou o seu cinquentenário, aproveitando a efeméride e a iniciativa para levar a todo o país a história do movimento operário e sindical português e sensibilizar para a necessidade de organizar, preservar e valorizar o património documental e museológico que testemunha um percurso de luta e de conquistas de direitos fundamentais para os trabalhadores e as trabalhadoras em Portugal.
Lisboa, Porto e Setúbal: por onde passou, a exposição mobilizou e proporcionou iniciativas sobre o movimento sindical e a sua história
O percurso expositivo iniciou-se em Lisboa, na praça Luís de Camões, entre os dias 28 de Setembro e 15 de Outubro de 2020, no mesmo local onde, em Dezembro de 2010, se havia apresentado similar exposição, comemorativa, então, do 40.º aniversário da central sindical que remonta a sua fundação a 1 de Outubro de 1970.
Procurando aproximar os dirigentes, delegados e activistas sindicais dos temas em destaque na exposição, o Centro de Arquivo e Documentação e o departamento de Cultura e Tempos Livres da CGTP-IN promoveram, em Outubro, quatro visitas guiadas: aos trabalhadores da Central, à Direcção Nacional e à Direcção Regional de Lisboa do SEP e ao sindicato de Hotelaria do Sul.
A estrutura em madeira, com torres de 6 m de altura e painéis de 2,35 m por 1,30 m, rumou, depois, ao Porto, onde permaneceu, na praça D. João I, entre os dias 24 de Abril e 2 de Maio de 2021, tendo sido anfitriã de várias iniciativas complementares dedicadas ao movimento sindical e à sua história, congregando à sua volta trabalhadores, trabalhadoras, dirigentes e activistas sindicais, população em geral.
As 206 imagens, das quais 200 integram o espólio documental da CGTP-IN, tendo parte delas sido tratada no âmbito de uma outra actividade financiada pelo POISE, finalizaram o seu itinerário em Setúbal, na avenida Luísa Todi. Entre 17 e 27 de Junho de 2021, ali estiveram patentes os mesmos cinco temas, divididos por 24 painéis: a Fundação, os primeiros de Maio, os aniversários, as greves gerais e os congressos. E, na última torre, uma cronologia com alguns dos principais acontecimentos e iniciativas que marcaram os 50 anos de história da CGTP-IN.
Uma exposição mais inclusiva
A inclusão foi uma das preocupações subjacentes à exposição. Na medida do possível e das circunstâncias em que foi preparada, trabalhou-se para que pudesse chegar ao maior número de trabalhadores e trabalhadoras, incluindo, naturalmente, os portadores de algum tipo de deficiência.
E o possível passou por se fazer uma audiodescrição do conteúdo de cada um dos painéis, adaptando-o, desta forma, para poder ser ouvido, uma tarefa realizada com o inestimável apoio da Associação Portuguesa de Deficientes (APD). A gravação sonora do conteúdo de toda a exposição ficou, assim, acessível mediante a leitura de um código QR. Em Lisboa, o local da exposição permitiu que se beneficiasse do serviço especializado de transporte de cidadãos com mobilidade reduzida disponibilizado pela Carris, o que contribuiu para facilitar o acesso dos cidadãos que dele necessitassem.
A exposição não chegou apenas ao movimento sindical. Teve repercussões na Academia. Aproximando-se os últimos dias expositivos, a CGTP-IN foi convidada a intervir no primeiro Encontro sobre Acessibilidade e Inclusão na Arte e no Património, que se realizou a 26 de Junho de 2021, na Faculdade de Belas Artes, em Lisboa, organizado pelo Grupo de Investigação e Estudos em Ciências da Arte e do Património “Francisco de Holanda”, do Centro de Investigação e de Estudos em Belas-Artes (CIEBA). A intervenção fez-se sob o título “Inclusão: um Desafio na Exposição Comemorativa do 50.º Aniversário da CGTP-IN”.
Catálogo com título histórico – "Alavanca"
Recuperando-se o título e um dos formatos do histórico órgão de comunicação da CGTP-IN, o Alavanca (1974-1996), publicou-se o catálogo da exposição, com notas introdutórias da secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha, e do membro da Comissão Executiva e do Secretariado do Conselho Nacional responsável pelo departamento de Cultura e Tempos Livres e Centro de Arquivo e Documentação, Fernando Gomes.